CALCURADORA DE RISCO PARA CÂNCER DE PELE
O risco de desenvolver câncer de pele varia de acordo com vários fatores: cor de pele, tipo de exposição solar, história pessoal e familiar de câncer de pele. Pensando em facilitar está análise a Sociedade Brasileira de Dermatologia desenvolveu uma calculadora de risco para câncer de pele.
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Extrato de chá-verde pode combater câncer de pele.
O chá-verde é relacionado a muitos benefícios, como perda de peso, diminuição das taxas de colesterol e controle da pressão arterial. E mais um ponto positivo foi atribuído a ele. De acordo com uma pesquisa das Universidades de Strathclyde e de Glasgow, ambas na Escócia, uma substância da iguaria pode combater o câncer de pele sem efeitos colaterais. Os dados são do jornal Daily Mail.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas criaram uma célula com o extrato do chá (epigalocatequina galato) e transferrina (uma proteína que se agarra à superfície das células cancerosas), e a aplicou em tumores. Os testes foram realizados em dois tipos de câncer:carcinoma espinocelular e melanoma.
Em ambos casos, 40% dos tumores desapareceram, enquanto 30% dos de carcinoma e 20% dos de melanoma encolheram. Além disso, 10% dos de melanoma foram estabilizados.
“Esses resultados são muito encorajadores e esperamos que possam abrir caminho para novos tratamentos eficazes”, disse a líder do estudo, Christine Dufes. Apenas beber o chá não basta, porque a quantidade do extrato é baixa.
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Novos tratamentos para câncer de pele tem sua origem na natureza.
Observar a natureza atentamente sempre foi uma forma do homem aprender. Na medicina isso não é diferente. Talvez o exemplo mais conhecido seja a descoberta da penicilina. Em 1928Alexander Fleming saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório. Quando voltou, notou que uma das suas culturas de Staphylococcus, tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colônias deste não havia mais bactérias. Fleming identificou o fungo do gênero Penicillium, e demonstrou que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina.
Alguns dos novos tratamentos para câncer de pele tem história parecida com o da penicilina, sendo de alguma forma influenciados por acontecimentos da natureza.
Vismodegibe (Erivedge®): Tratamento sistêmico do carcinoma basocelular
Já aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) e disponível no mercado americano, ainda aguarda aprovação no Brasil.
O vismodegibe teve sua origem em uma planta. Na década de 1970 fazendeiros americanos notaram que carneiros que se alimentavam de um uma planta chamada lírio do milho (Veratrum californicum), tinham filhotes com ciclopia, nasciam com um olho só. Este fenômeno só acontecia na primavera. Pesquisas mostraram que uma substância nessa planta bloqueava uma via enzimática conhecida como Via de sinalização Hedgehog. Esta substância foi denominada ciclopamina. O Vismodegibe é um composto sintético 100 vezes mais potente que a ciclopamina.
O mecanismo de ação é a inibição da via hedgehog. Normalmente nos carcinomas basocelulares existem mutações que levam à ativação desta via. O vismodegibe está disponível em cápsulas de 150 mg, dose única diária.
Está indicado para carcinomas basocelulares metastáticos, pacientes com doença local (sem metástases) avançada ou pacientes sem condições cirúrgicas. Os primeiros resultados com esta nova medicação são animadores.
Não é ainda a cura definitiva do carcinoma basocelular (existem pacientes que não respondem ao tratamento), mas já sinaliza uma mudança nos rumos do tratamento do carcinoma basocelular. Até hoje o tratamento era predominantemente cirúrgico, talvez isso possa agoracomeçar a mudar.
Ingenol Mebutato (Picato®):
Esta nova medicação já está aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a expectativa é que esteja disponível no Brasil no começo de 2013. A medicação também é aprovada pelo FDA já estando disponível nos Estados Unidos. A substância é extraída de uma planta australiana Euphorbia peplus. Todas as plantas da família Euphorbiaceae contém um látex irritante, geralmente usado para fins medicinais. O uso medicinal deste látex pelos primeiros imigrantes na Austrália estimulou os estudos que deram origem ao Ingenol Mebutato. O mecanismo de ação da droga parece envolver 2 partes: indução de necrose (apoptose ou morte celular) e inflamação mediado por neutrófilos.
A medicação é aprovada para o tratamento de queratoses actínicas, mas também pode ser usada em carcinomas basocelulares superficiais, com boa resposta.
Vemurafenibe (Zelboraf®)
Vemurafenib é uma nova droga para o tratamento de melanoma metastático, já aprovada pela ANVISA e com lançamento previsto no Brasil para Outubro de 2012.
Alguns melanomas possuem uma mutação em um gene conhecido como BRAF. Vemurafenibe é uma medicação que inibe justamente o gene BRAF mutado. Desta forma o Vemurafenib representa uma nova abordagem no tratamento do melanoma, o tratamento alvo. Somente pessoas que apresentam a mutação no gene BRAF se beneficiam do tratamento. Ou seja, com um exame de sangue, conseguimos identificar quem são os pacientes que terão uma boa resposta com o uso da medicação.
O nome comercial Zelboraf é inspirado no gene BRAF e no peixe zebra (Danio rerio). Este pequeno peixe de água doce, popular em áquarios mundo afora, é usado como modelo no estudo do melanoma por possuir mutações no gene BRAF.
Fotoliase (Eryfotona®)
Fotoliase é uma flavoproteína da família das enzimas de fotorreativação. Fotoreativação é a capacidade de reparo do DNA, após este ser exposto e lesado pela radiação ultravioleta, ou seja, fotoreativação é, de uma forma simplificada, o efeito exatamente oposto ao dano do DNA causado por radiação ultravioleta. Fotorreativação foi descoberto em 1949, quando colônias de bactérias expostas a uma dose letal de radiação ultravioleta eram “ressuscitadas” quando expostas à luz visível. A fotoliase depende de ativação por luz visível para poder reparar o DNA.
Fotoliase é uma enzima presente em bactérias, fungos e alguns animais, mas ausente nos mamíferos placentários. Nestes, nos quais o homem está incluído, o mecanismo de reparo do DNA é menos eficiente, feito por outras enzimas.
Existem estudos mostrando o benefício da aplicação tópica de fotoliase, prevenindo o aparecimento de queratoses actínicas e até mesmo tratando queratoses actínicas. Como estas lesões podem ser precursoras de câncer de pele, a fotoliase pode ajudar a prevenir o aparecimento de câncer de pele.
Existe um produto disponível no Brasil, Eryfotona que associa fotoliase a um filtro solar FPS 100 para uso diário.
Além das medicações já disponíveis no mercado, existem inúmeros estudos com novas drogas. Um destes estudos está sendo feito no Brasil, com uma planta da mata atlântica, com resultados promissores no tratamento do Melanoma.
Autor: Dr. Gustavo Alonso
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